POR QUE O VEGANISMO?

Texto de Beatriz Sampaio Silva

Estudante de Comunicação Social na Universidade Estadual de Santa Cruz

O veganismo é um movimento que vem crescendo ao longo da última década pelo mundo. Em países como os Estados Unidos houve um aumento de 600% de pessoas que se consideram veganas entre 2015 e 2018, segundo matéria publicada pela revista Forbes. Trata-se de um estilo de vida que procura não consumir nada derivado da exploração animal, como carnes, ovos, laticínios, roupas de couro e produtos testados em animais. Os que aderem à prática possuem alimentação baseada em vegetais.

Como é de se imaginar, a prática vegana é capaz de trazer diversos benefícios para o mundo animal, mas você sabia que ela pode ser umas das soluções para as problemáticas ambientais, como aquecimento global, o desmatamento e o desperdício de água?

Segundo relatório publicado em 2016 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), mais de 80% do desmatamento no território brasileiro é causado pela indústria pecuária. Além de essa mesma indústria ser a maior emissora de gases de efeito estufa, vale ressaltar que, de acordo com a organização internacional Water Footprint, são utilizados aproximadamente 15,5 mil litros de água para a produção de 1kg de carne bovina.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2016 pelo Proceedingsof the National Academyof Science até o ano de 2050 8,1 milhões de vidas seriam salvas se o mundo todo aderisse ao veganismo. Isso ocorreria devido à diminuição de doenças como a obesidade, o diabetes, ou os problemas cardíacos, que são diretamente ligadas à alimentos de origem animal. Neste mesmo contexto seriam reduzidos em 70% a emissão de CO² no planeta, reduzindo mazelas como aquecimento global.

Para o pesquisador Joseph Poore, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que realizou um estudo sobre os impactos da produção de alimentos ao meio ambiente: “Uma dieta vegana é provavelmente a melhor maneira de reduzir seu impacto no planeta Terra, não apenas gases do efeito estufa, mas acidificação global, eutrofização, uso da terra e uso da água.”.

Ao levar em consideração as informações mencionadas acima, trago a vocês, leitores e leitoras, uma reflexão sobre a forma como pensamos o nosso consumo na atualidade. Em uma sociedade onde o lucro e o bem individual ditam seu funcionamento, a escolha de um pensamento em prol do bem coletivo pode ser considerada um passo para uma nova realidade. As causas socioambientais se tornariam a maior prioridade do sistema nessa realidade, ao contrário da vigente que favorece unicamente às grandes indústrias.