O PLÁSTICO NOS OCEANOS
- Entre Meios
- 24 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Texto de José Reis
Estudante de Comunicação Social na Universidade Estadual de Santa Cruz

Nos últimos anos muito se tem discutido sobre o impacto dos resíduos sólidos nos oceanos, principalmente de plásticos e microplásticos. Esses materiais percorrem o mundo com o auxílio das correntes marinhas e em seguida são “despejados” principalmente no Pacífico Norte, que acabou desenvolvendo a chamada “Grande Ilha de Lixo”, que em 2008 ficou conhecida mundialmente devido ao destaque que ganhou na imprensa.

Segundo dados da ONU, a estimativa é que 80% de todo resíduo que flutua sobre o oceano seja plástico, que tartarugas e golfinhos podem confundir com alimento, e se ferir, além de que, a partir da decomposição do mesmo, surgem os microplásticos, que por serem extremamente pequenos, acabam sendo ingeridos pelos plânctons e outros organismos marinhos, que serão consumidos por animais maiores e por conseguinte humanos, afetando com toxinas os seres envolvidos nessa cadeia alimentar.
Essa realidade não é diferente no Brasil. Segundo uma pesquisa do Instituto Oceanográfico da USP, mais de 95% do lixo no litoral do país é plástico; e estima-se que
80% deste seja de origem terrestre. As formas de contaminação são várias, desde dejetos dos banhistas e embarcações, até o direcionamento dos esgotos urbanos para rios ou mares.
As consequências do despejo desses dejetos no oceano são inúmeras: animais que
ficam presos e impossibilidade de se caçar; intoxicação da cadeia alimentar; asfixia dos animais marinhos; além de afetar economicamente as cidades, pois reduz a atividade pesqueira e torna praias impróprias para banho, prejudicando o turismo local.

Enquanto medidas a serem tomadas para diminuir o plástico nos oceanos, acredito que seja necessário um incentivo fiscal para que as empresas produzam menos descartáveis plásticos, já que só em 2017, de acordo com a geógrafa Luciana Ziglio, o Brasil produziu 6,4 milhões de toneladas de plástico. Educar a população no que diz respeito a reduzir, reciclar e reutilizar é outra possibilidade, para que logo após o uso esse material não seja descartado e consequentemente encaminhado para os oceanos.
A realidade é que se esse quadro não for alterado, todo um ecossistema continuará sofrendo por irresponsabilidade humana. A pesquisa da Ellen MacArthur Foundation, de 2017, mostra que 8 milhões de toneladas de plástico são depositadas anualmente nos oceanos, o que resultará em 2050 mais plásticos do que peixes nos oceanos.
Comments