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NÓS NÃO TEMOS TEMPO!

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    Entre Meios
  • 23 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

Texto de Fabrício Moreira

Estudante de Comunicação Social na Universidade Estadual de Santa Cruz



É 2019, quase 2020 e os dias após o início da existência humana nunca foram tão quentes. O clima do planeta sempre mudou de forma natural ao longo de sua existência, chegando a passar por sete ciclos glaciais ao longo dos últimos 650.000 anos. Mas, o que diferencia as mudanças climáticas atuais das que ocorreram

naturalmente?

De acordo com uma pesquisa do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pode-se dizer com 95% de confiança que a influência humana é a causadora, sem precedentes, das alterações no clima. Satélites orbitando o planeta e outros avanços tecnológicos possibilitaram os cientistas a coletar dados no decorrer dos anos, culminando na detecção do problema. Evidências concretas são observadas: o aumento da temperatura global e da temperatura dos mares, o derretimento das geleiras, o aumento do nível do mar (que subiu aproximadamente 20 cm no último século), o aumento de níveis extremos de temperatura e a acidificação das águas do mar.

A vida do planeta depende do efeito estufa. Explico: metade da luz que alcança a

atmosfera da terra chega à superfície, onde é absorvida e irradiada novamente para cima em forma de calor, que é então absorvido pelos gases do efeito estufa e irradiado de volta para a superfície. O planeta produz por si só o suficiente desse efeito para abrigar vida, nem muito, nem tão pouco. O problema é que as ações humanas estão causando o aumento desses níveis. Gases como o dióxido de carbono, metano e óxido nítrico estão diretamente ligados ao fenômeno, e são liberados por ações como o desmatamento, a queima de combustíveis fósseis, a criação de gado e a produção de fertilizantes; além dos clorofluorcarbonetos (CFCs), compostos químicos sintéticos presentes em produtos como os refrigerantes e aerossóis. Assim, o efeito estufa natural do planeta é alterado, com consequências negativas e imprevisíveis.

Ainda que começasse a ser feito algo hoje, agora, as mudanças ainda persistiriam por esse século e além. Os efeitos são preocupantes: a previsão é que as temperaturas continuem a aumentar, e que haja alterações nos padrões de chuva pelo planeta inteiro. Vão aumentar também os períodos de seca, e os furacões ficarão mais fortes e intensos. Os níveis do mar terão subido mais de 2 a 10 cm até 2100. O Oceano Ártico, polo superior do planeta, deixará de possuir gelo durante o verão. E essas mudanças terão impactos massivos na nossa desigual, e já adoecida, sociedade.

Mas o que pode ser feito para diminuir os impactos dessas mudanças? É necessária uma campanha de conscientização global, de forma a fazer cada canto do mundo perceber o problema e trabalhar para resolvê-lo. Utopicamente, essa seria a solução. Mas como, no atual estado da sociedade humana? Nosso mundo é regido por líderes gananciosos, donos das grandes empresas, que priorizam pedaços de papel a nossos preciosos recursos naturais. Líderes que centralizam os recursos e os redistribuem de forma desigual; que impedem a circulação de informação em nível global, pelo simples fato da mesma ir de encontro a seus interesses pessoais. Como é possível conscientizar e dialogar com aqueles que acreditam estar no topo da cadeia alimentar?

Manifestações e protestos precisam acontecer em toda parte, pelo bem do nosso planeta, da nossa e das outras espécies. Precisamos nos unir por uma causa em comum, e cuidar uns dos outros, como irmãos. Está por vir a luta mais intensa já travada pela humanidade: a luta pela sobrevivência do planeta, contra um sistema parasítico enraizado a milênios na nossa realidade. Nós não temos tempo.

 
 
 

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