LIXÃO EM ITABUNA: UMA AMEÇA!
- Entre Meios
- 23 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Texto de Fernanda Brasil
Estudante de Comunicação Social na Universidade Estadual de Santa Cruz
A quantidade grande de lixo na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia, é consequência do
consumo diário e intenso de resíduos sólidos. Esse lixo é descartado de maneira inadequada e isto acarreta problemas visíveis, de modo que o meio ambiente e a população, perceptivelmente, estão sofrendo com essa falta de responsabilidade vinda de vários lados.

Será que você sabe para onde todo esse lixo é destinado? A informação mais comum que a população tem é que todo o lixo vai para o lixão; mas, poucos sabem o efeito desse processo e como isso afeta o meio ambiente.
O lixão tem alguns problemas pontuais. É o lugar menos indicado para ser o destino de resíduos. A falta de proteção ao seu redor faz com que esse lugar fique suscetível à poluição causado pelo lixo em decomposição. A consequência dessa falta de proteção é a poluição do solo, como também dos lençóis freáticos e do ar. Isto acontece, pois o lixo em decomposição libera gás metano, causando diretamente problemas na atmosfera por não ter passado por nenhum tipo de tratamento; e o chorume, que escorre para dentro da terra, através da chuva, atingindo os lençóis freáticos, o que resulta na contaminação da água. Debaixo da terra, o chorume continua se infiltrando até atingir o lençol freático, que alimenta os rios. Em Itabuna, o rio mais próximo está a cinco quilômetros do lixão – o Rio Cachoeira.
O problema do lixão ocorre pela falta de ações dos órgãos públicos e pela falta de
conscientização da população, que não está habituada a selecionar o seu próprio lixo.
Há nove anos aprovada, a Lei Federal que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), constitui-se em instrumento essencial na busca de soluções para um dos mais graves problemas ambientais do Brasil, o mal destino dado aos resíduos sólidos, impondo a necessidade premente de substituir os lixões a céu aberto por aterros sanitários como medida de proteção ambiental, dando um prazo até 2 e agosto de 2014 para que isso acontecesse.
Mas, já estamos quase no ano de 2020, e nada foi feito!
Os aterros são considerados a opção mais adequada, pois são construídos sobre um solo impermeabilizado com material resistente, ele evita a contaminação da terra e dos rios. O lixo também é coberto. Há um sistema que recolhe e trata o chorume e captura o gás para ser queimado e até gerar eletricidade.
Segundo dados do Observatório dos lixões, da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), cerca de 68% das cidades do estado da Bahia ainda não fizeram a alteração. E a cidade de Itabuna está incluída nessa estatística.
Por perceber a dificuldade de vários municípios em se adequarem a PNRS, o Senado
aprovou o Projeto de Lei 2289/2015, onde os prazos para a substituições dos lixões por aterros se estendem; para municípios com população superior a 100 mil habitantes, que é o caso de Itabuna, será até 31 de julho de 2020.
Mesmo com prazos alongados, o secretário de Sustentabilidade Econômica e Meio
Ambiente do município de Itabuna, Jorge Antônio Simões Vasconcelos, diz em debate na Câmera de Vereadores, ocorrido em 15 de outubro de 2019, que não consegue se organizar para se adequar à lei. “Para nortear um aterro, é como se estivesse administrando uma empresa. Assim, precisaria deliberar muitos profissionais e o município de Itabuna é carente no setor de meio ambiente”.
Os cidadãos e cidadãs não podem ficar à mercê dos impasses encontrados pela
prefeitura. A população pode, além de cobrar maior rapidez para a solução para a criação do aterro, solicitar ao governo municipal projetos/programas/ações que orientem, de maneira clara, como podemos selecionar seu próprio lixo, como podemos descartá-lo de maneira correta, como podemos até reciclá-lo em casa, para assim diminuir a quantidade de lixo, e melhorar na qualidade de vida.
Comments